#14 Mulheres que não sabem amar, de Lilian Farias ♥ [parceria]
Hey pessoas! Tudo bem? O #desenrolandoolivro de hoje é muito
especial, pois conta com um livrinho incrivelmente necessário na vida não só de
leitores que gostam de obras que fala e criticam a sociedade em que vivemos,
mas não uma crítica vazia e sem fundamento e sim com uma proposta inovadora e
muito reflexiva.
O livro Mulheres que não sabem chorar da Giz Editorial faz exatamente isso, quer saber mais? Vem comigo!
A autora
Lilian Farias, autora dos livros O Céu é Logo Ali, Mulheres Que
Não Sabem Chorar, Fome e Desconectada. Em seus livros ela aborda temas como
sexualidade, liberdade, amor, preconceito, homossexualidade, violência sexual e alcoolismo.
A escritora mantém um blog literário Poesia na Alma e está sempre
bem informada sobre questões sociais que acontecem em nosso país.
É defensora da tese de que todos são diferentes e merecem ser tratados com equidade. Ela adora
escrever sobre temas que incomodam e diz não ter medo do preconceito. Trabalha
no movimento social e acredita que a educação é capaz de trazer mudanças significativas ao país.
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Outras obras da autora |
O Livro
Sinopse: A vida de Marisa é
regida pelo controle. Seja à frente do seu trabalho ou da vida dos filhos, ela
é racional, mantendo-se sempre fria, um ser à parte das banalidades, cuja única
preocupação é ser um exemplo. Olga é sua antítese. Sentimentos à flor da pele,
dor flagelando a carne, pensamentos embaçados pelo esquecimento proporcionado
pelo álcool. Sozinha, preocupa-se em apenas ser, em um mundo cercado por fatos
que não reconhece mais como seus. Duas senhoras solitárias, vizinhas e
antagônicas. Será que um dia alguém acharia que poderiam viver em paz? Mais
ainda, será que poderiam se apaixonar? Mulheres que não sabem chorar é mais que
uma história de amor entre iguais. Junto a estas personagens tão humanas, o
leitor vê-se despido dos preconceitos, pudores e medos. Ora crua, ora poética,
a trama nos obriga a enfrentar o espelho e se ver como nunca imaginou antes. Pois
ao mergulhar neste romance, o que fará você pensar não é a forma como vê o
amor, mas sim a forma com que ele se volta em sua direção. Esteja preparado.
(Danilo Barbosa - Autor de Arma de Vingança)
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Cada capítulo é nomeado com o nome de uma flor, que o significado representará o sentimento que o capítulo representa. |
O livro vai contar a estória de Marisa e Olga, vizinhas e que se
odeiam. duas mulheres maduras, cada uma de sua própria forma de ser calejadas
por uma vida inteira e nem sempre tão fácil quanto gostariam...
Marisa, as seus 55 anos é uma mulher forte, decidida, que teve
uma vida dura, ao longo de sua caminhada aprendeu a apenas que, se ela não
demonstrasse fraqueza, tudo ficaria bem,
e assim foi até o momento em que os filhos saíram de casa, para estudar
no exterior, sofrendo com a síndrome do ninho vazio passou seus dias com seus
melhores companheiros, os cigarros.
Casou-se nova, aos 25 anos, aos 27 anos veio o casal de gêmeos e
aos 30 ficou viúva, virou a chefe da família e retomou o negócio que mais amava
ser florista (para desgosto de seus pais no passado) e foi bem sucedida,
independente e com uma situação financeira confortável, não se casou novamente
mas sempre esteve namorando, 1.2.3.4.,5....
Inúmeros homens passaram pela vida de Marisa apenas por prazer, assim
como os seus cigarros entre seus dedos ... (nem sempre os homens lhe davam tal
prazer).
Olga, em contra partida, emocional, intensa, também em meia
idade se encontrava em caminho reverso, a beira de sua própria ruína,
abandonada a própria sorte e entregue a bebida não vê mais esperanças em um futuro.
Após perder sua filha Maria para o câncer tão precocemente e
tentando realizar o ultimo desejo de sua filha
em seu leito de morte: parar de beber.
Mas Olga não sabia se iria conseguir seguir firme nesse
propósito, afinal, a bebida tornava as lembranças mais distantes e mais fáceis de
suportar.
Foi-se o tempo de juventude, em que ela foi casada, teve uma
filha, mas o casamento acabou, após as garrafas de whisky tomarem mais tempo da
vida dela do que os cuidados com o marido e sua filha Maria.
Em meio esse turbilhão de sentimentos para ambas as mulheres, o
destino às aproxima da pior maneira.
Olga estava sofrendo um abuso sexual no meio da rua, incapacitada de reagir por conta da
bebedeira, de forma instintiva Marisa a defende e vendo a situação que se
encontrava aquela mulher a levou
para casa a fim de ajudar de alguma forma.
E isso é o início de um intenso amor e de descobertas entre duas
mulheres que já passaram por muitas coisas, mas aquela realidade era
absolutamente nova para elas e elas
queriam apenas sentir....
Essa situação trás muitos conflitos internos para ambas, que a
fazem refletir sobre todos os anos que
viveram até aquele momento.
Dessa forma a autora nos trazem momentos do passado dessas duas personagens, que nos fazem
compreender tudo o que passaram e entender como os fatos do passado influenciam o presente em que
vivem.
O final de Marisa e Olga
foi trágico, um mal entendido faz que aquelas mulheres tomem atitudes
impensadas e as consequências afetarão o futuro de ambas, e nenhuma das duas de
forma positiva.
Em meio disso tudo,
teremos ainda outras mulheres, todas com suas histórias destroçadas e
entrelaçadas umas nas outras, como o caso de Ana, uma estudante de Serviço
Social, que sobrevive aos conflitos familiares de pais separados, o pai foi
preso por matar o amante da esposa dele e
pela tentativa de homicídio da própria esposa com um tiro no rosto.
O que Ana sofre e tenta esquecer são os abusos sexuais e
estupros sofridos pelo pai na infância, assim Ana faz um trabalho com moradores
de rua, como forma de tentar esquecer o
passado, que insiste ir atrás dela.
Após uma visita ao seu irmão no hospital, Ana dá de cara com seu
pai e desnorteada ela sai correndo, parando apenas quando chegou no parque próximo
de sua casa.
Nesse dia, conhece Verônica, e a partir desse dia Ana tem seus
pensamentos ocupados por essa mulher que seria perfeita, se não fosse por um motivo:
Ela já era casada.
“Ninguém podia dizer que
não era amor.
Era amor, eu só não sabia o que fazer com ele.”
Minha Opinião:
Então turma, esse livro foi uma lição de vida para mim, todas histórias
reais, por mulheres reais, retiradas de relatos de mulheres que, a própria autora escutou de mulheres que
contavam suas histórias, histórias terríveis, e chocantes, e sem chorar ... aquelas mulheres não sabiam chorar, e
Lilian quis entender aquilo ...
Minha avaliação é:
O livro é muito bem construído, com o cuidado de introduzir
momentos históricos reais, como a Ditadura Militar, os manicômios antes da Reforma
Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial chegar ao Brasil.
É possível compreender
a sutil forma de mostrar ao mundo a força de uma mulher, tudo o que uma
mulher é capaz de passar e suportar, e ainda assim, seguir em frente.
Enfim, só tenho a agradecer a Lilian
pela oportunidade de conhecer essas histórias e tudo o que li só reafirmou o
que eu acredito e pelo que devemos lutar!
Vou deixar aqui esse vídeo aonde
Lilian conta mais de onde veio sua inspiração e para reafirmar que TODOS devem
ler esse livro, com forma muito além de lazer, mas de forma didática mesmo, eu
como MULHER CIS HETERONORMATIVA CASADA
(por enquanto, pois como vimos a vida nos reserva muitas surpresas e tudo não
quer dizer nada) me vi em muitas das situações, por me colocar no
lugar dessas mulheres, e me senti representada muitas vezes por Anas,
Marisas, Olgas, Dulces, Verônicas....
Eu como assistente social formada me
identifiquei com muitas situações, sobretudo com as vividas por Ana, a matéria Serviço
Social e expressões da Questão Social é realmente matadora! Hehe brincadeiras a parte, aprendi muito com esse
livro!
Compre o livro na Amazon
Até a próxima e até mais!
Primeiro, fico grata por seu carinho em divulgar meu trabalho, também por entender a histórias dessas mulheres, tão próximas de nós, tão vítimas sociais, tão vítimas do inconsciente coletivo.
ResponderExcluiramei essa leitura e eternizei no coração! ♥
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